Pouco conhecido, linfoma exige diagnóstico precoce
11/09/2024 17:32 por CeoncSurgimento de caroços pelo corpo é um dos sinais de alerta para a doença, cujo Dia Mundial de Combate é neste 15 de setembro
Você já ouviu falar em linfoma? Esse termo se refere a um tipo de câncer que afeta o sistema linfático. Pouco conhecido pela população, o linfoma pode apresentar sintomas que não são facilmente perceptíveis no início, o que demanda uma atenção redobrada. Para reforçar o alerta, o CEONC Hospital do Câncer une-se ao movimento de conscientização neste Dia Mundial de Combate ao Linfoma, realizado neste dia 15 de setembro, incentivando o reconhecimento dos primeiros sinais da doença como uma atitude preventiva fundamental para aumentar as chances de cura.
Mas o que isso significa?
O sistema linfático, uma parte essencial do nosso sistema imunológico, funciona como uma rede de drenagem do corpo. Ele é composto por gânglios linfáticos (ou linfonodos) e uma série de vasos que percorrem todo o corpo, coletando impurezas e ajudando a combater infecções. Quando células cancerígenas afetam esse sistema, que também inclui órgãos como o baço e as amígdalas, ocorre o linfoma.
Principais sinais de alerta
Entre os principais sinais de alerta para o linfoma estão o surgimento de caroços pelo corpo, principalmente na região do pescoço, axilas e virilha, que são áreas onde os gânglios linfáticos se concentram, conforme explica a hematologista do CEONC, Dra. Vitória Ceni Silva. Segundo ela, sintomas como febre sem causa aparente, suor noturno excessivo, perda de peso inexplicável e cansaço prolongado também podem ser indicativos da presença do linfoma.
“Este é um tipo de câncer que pode surgir sem fatores causais claros, como estilo de vida ou histórico familiar”, explica. Na maioria dos casos, não há uma causa ambiental ou hereditária evidente. O linfoma surge devido a mutações genéticas que acontecem de forma aleatória, sem que o paciente tenha controle sobre isso. “Por esse motivo, a prevenção por meio de exames de rastreamento não é possível, o que significa que conhecer os sintomas é fundamental”, orienta.
São vários tipos e subtipos
Existem mais de 80 subtipos diferentes de linfomas, classificados em dois grandes grupos (linfoma de Hodgkin e o linfoma não-Hodgkin). A distinção entre eles é feita, segundo a Dra. Vitória, com base na presença de uma célula específica, chamada Reed-Sternberg, encontrada apenas no linfoma de Hodgkin.
“Cada tipo de linfoma tem um comportamento único, o que significa que o tratamento e o prognóstico também variam muito”, detalha. Alguns subtipos são altamente curáveis, enquanto outros requerem tratamentos mais agressivos e de longa duração.
Incidência global é alta
Os números globais mostram a dimensão do desafio. De acordo com a Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia), mais de 735 mil novos casos de linfoma são diagnosticados anualmente no mundo, representando cerca de 4% de todos os tipos de câncer. No Brasil, a doença apresenta uma ligeira predominância entre homens, com uma taxa de mortalidade de aproximadamente duas pessoas a cada 100 mil habitantes, sendo a oitava forma mais comum de câncer, segundo o Ministério da Saúde.
Quem está em maior risco?
Este tipo de câncer pode atingir pessoas de diferentes idades. Embora não tenha uma relação direta com o estilo de vida, como outros tipos de câncer, fatores como a exposição a produtos químicos (benzeno) e infecções virais crônicas, como o HIV e o Epstein-Barr, podem aumentar o risco de desenvolvimento de linfoma. “Esses casos são mais comuns em pessoas expostas a substâncias nocivas em ambientes de trabalho, o que deve ser monitorado com atenção”, destaca a hematologista.
Curar é possível
A boa notícia é que há alta taxa de cura em muitos casos, fruto da detecção precoce. Este é considerado o fator decisivo para o sucesso do tratamento, que pode incluir quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e, em alguns casos, transplante de medula óssea.
Em determinadas situações, nem todos os pacientes precisam de tratamento imediato, mas um acompanhamento médico contínuo é fundamental, segundo a Dra. Vitória. “A maioria dos subtipos de linfoma exige uma abordagem terapêutica precoce para maiores chances de vencer a doença”, finaliza a médica.