Dia Nacional de Combate ao Fumo: Tabagismo pode causar mais de 50 tipos de doenças

Vários tipos de câncer estão associados ao uso do tabaco

O Dia Nacional de Combate ao Fumo (29 de agosto) tem como objetivo intensificar as ações para conscientizar a população sobre os riscos do tabaco ao organismo. Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, o ato de fumar afeta pelo menos 9,8% da população brasileira. A OMS (Organização Mundial da Saúde) considera a nicotina, substância derivada do tabaco, uma droga psicoativa que causa dependência, portanto o tabagismo é classificado como uma doença.

Além do cigarro, narguilés, charutos e cigarros eletrônicos também contêm a substância do tabaco que, se consumida regularmente, podem causar mais de 50 doenças, entre elas vários tipos de câncer, como leucemia mielóide aguda; câncer de bexiga; câncer de pâncreas; câncer de fígado; câncer de pulmão; câncer de esôfago; câncer de rim e ureter; câncer de laringe (cordas vocais); câncer na cavidade oral (boca); câncer de faringe (pescoço); câncer de estômago; câncer de cólon e reto; câncer de traqueia, brônquios e até mesmo de bexiga.

“O tabaco é responsável por causar a maior parte de todos os cânceres de pulmão, além de estar associado aos acidentes cerebrovasculares e ataques cardíacos fulminantes”, alerta a médica oncologista do CEONC Hospital do Câncer, doutora Jordana Yagushi Resende.

Outro problema decorrente do tabagismo é o dos fumantes passivos, ou seja, quem fica exposto à fumaça do cigarro sem fumar de fato.

“Estas pessoas podem desenvolver doenças tanto quanto os fumantes. Crianças e bebês são mais suscetíveis ao tabagismo passivo e têm alto risco de desenvolver doenças respiratórias. Mulheres grávidas, que são fumantes ou passivas, têm maior risco de natimorto, malformações congênitas e bebês com baixo peso ao nascer”, explica a médica.

No Brasil, o tratamento do tabagismo está disponível gratuitamente no SUS (Sistema Único de Saúde), por meio do Programa Nacional de Controle do Tabagismo, articulado pelo Ministério da Saúde, INCA (Instituto Nacional do Câncer José de Alencar) e Secretarias Estaduais de Saúde, e pode envolver desde terapias e uso de medicamentos.

“É importante não desistir, pois o paciente pode ter várias recaídas durante o processo. Estudos mostram que, em média, são necessárias sete tentativas para parar de fumar, então a recomendação padrão é que haja persistência e, caso seja necessário, que a pessoa busque ajuda médica. Hoje, já existem tratamentos complementares que podem ajudar nessa missão de parar de fumar, que, apesar de difícil, é extremamente benéfica”, finaliza a doutora Jordana.