Tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano no mundo

No Brasil, 443 pessoas morrem a cada dia por causa do tabagismo

Nesta terça-feira (29) é realizado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, com o objetivo de reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco. A data foi instituída em 1986, pela Lei nº 7.488, e inaugurou a normatização voltada para o controle do tabagismo como problema de saúde coletiva.

Quanto às mortes anuais atribuíveis ao tabagismo: 37.686 correspondem à Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), 33.179 à doenças cardíacas, 25.683 a outros cânceres, 24.443 ao câncer de pulmão, 18.620 ao tabagismo passivo e outras causas, 12.201 à pneumonia e 10.041 ao acidente vascular cerebral (AVC).

Conforme o médico oncologista do CEONC Hospital do Câncer, em Cascavel, doutor Bruno Kunz Bereza, o tabagismo contribui ainda para o desenvolvimento de outras enfermidades, como a tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose, catarata, entre outras.

“Estudos apontam que, após ser absorvida, a nicotina atinge o cérebro entre 7 e 19 segundos, liberando substâncias químicas na corrente sanguínea que dão sensação de prazer. Por conta da sensação, as pessoas tendem a fumar diversos cigarros ao longo do dia”, explica.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o tabagismo como dependência da droga nicotina, presente em derivados do tabaco como cigarrilha, cachimbo, fumo de rolo, dispositivos eletrônicos para fumar, narguilé, entre outros. O tabagismo contribui ainda para o desenvolvimento dos seguintes tipos de câncer: leucemia mielóide aguda; câncer de bexiga; câncer de pâncreas; câncer de fígado; câncer do colo do útero; câncer de esôfago; câncer de rim e ureter; câncer de laringe (cordas vocais); câncer na cavidade oral (boca); câncer de faringe (pescoço); câncer de estômago; câncer de cólon e reto; câncer de traqueia, brônquios e pulmão.

Segundo a OMS, o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Mais de 7 milhões dessas mortes resultam do uso direto deste produto, enquanto cerca de 1,2 milhão é o resultado de não-fumantes expostos ao fumo passivo. A Organização afirma ainda que cerca de 80% dos mais de um bilhão de fumantes do mundo vivem em países de baixa e média renda onde o peso das doenças e mortes relacionadas ao tabaco é maior.

“É sempre indicado que a pessoa nunca comece a fumar, pois o vício é bastante difícil de ser combatido. Mas caso a pessoa já seja fumante, o conselho é um só: nunca é tarde para parar. Hoje, a medicina se complementa com algumas áreas da psicoterapia, por exemplo, para auxiliar nesse movimento de mudança de hábito. Deixar o tabagismo de lado é possível e o primeiro passo é querer”, finaliza o médico.